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23 fevereiro 2012

Porque ser você mesmo?


Já parou pra pensar em como o tempo todo você é bombardeado com padrões de estética e beleza? Ser alta, magra, com pernas compridas, cabelos lisos, olhos amendoados, boca carnuda, nariz pequeno, quem não conhece esse "padrão de beleza mundial"? Quantas pessoas conhecemos que lutam pra ser assim? Já vi gente fazendo dieta da sopa, da lua, do feijão, e outras coisas mirabolantes, como cortar o cabelo de um jeito que juram que as faz emagrecer. Se buscar a palavra "dieta" no Google, ele envia aproximadamente 27.800.000 resultados, e o AdWords (ferramenta de palavra-chave do Google) acusa a palavra como buscada aproximadamente 20.400.000 vezes por mês no mundo.
Nada melhor que citar as mais do que divas Adele Adkins, Jennifer Hudson, Nikki Blonsky, Mo'Nique e Queen Latifah para mostrar que não precisa-se estar nos "padrões de beleza mundial" para ser linda - e talentosa.
J.K. Rowling escreveu um texto, em seu site, na área "Miscelânea" falando sobre esse bombardeio de padrões estéticos, que chega a ser quase agressor - e em muitos casos, é:

“Somente para garotas, Provavelmente… 
Ser magro. Provavelmente não é um assunto que você esperava ler neste site, mas minha recente viagem a Londres me fez pensar. Tudo começou no carro a caminho de Leavesden estúdios cinematográficos. Eu estava passando parte do tempo da viagem lendo uma revista que trazia uma série de fotografias em papel brilhante de uma mulher muito jovem que ou estava gravemente doente ou sofrendo de um transtorno alimentar (o que é, naturalmente, a mesma coisa); de qualquer maneira, não havia outra explicação para a forma do seu corpo. Ela pode falar que come bastante, que é terrivelmente ocupada e tem o mais rápido metabolismo do mundo até sua língua cair (oba! Mais dois “quilos” perdidos!), mas seu estômago côncavo, costelas salientes e seus braços de varetas contam uma história diferente. Esta menina precisa de ajuda, mas, o mundo sendo o que é, ao invés disso a enfia em capas de revistas. Tudo isso passou pela minha mente quando li a entrevista, então me livrei daquela coisa horrível, deixei de lado.
Queria cair dura se o assunto de meninas e magreza não ressurgisse assim que eu saisse do carro. Eu estava conversando com um dos atores e, de alguma forma ou de outra, nós entramos no assunto de uma garota que ele conhece (nenhuma das atrizes dos filmes do Harry Potter – alguém da sua vida fora dos filmes) que tinha sido apelidada de “gorda” por encantadores colegas de classe. (Eles ficariam enciumados em saber que ela conhecia o garoto em questão? Certamente não!). ’Mas’, disse o ator, honestamente perplexo, ” ela não é realmente gorda.”.
“Gorda” é normalmente o primeiro insulto que uma garota joga em outra quando quer machucá-la “, eu disse; eu conseguia lembrar que isso acontecia quando eu estava na escola, e observei também entre os adolescentes que eu costumava ensinar. No entanto, pude ver que para ele, um homem bem ajustado, isso era um comportamento totalmente bizarro, como gritar “retardado!” para Stephen Hawking. 
Sua indignação para esta característica cotidiana da existência feminina me lembrou quão estranho e doente do insulto ‘gorda’ é. Quero dizer, ser “gordo” é mesmo a pior coisa que um ser humano pode ser? Ser “gordo” é pior do que ‘vingativo’, ‘invejoso’, ‘leviano’, ‘fútil’, ‘chato’ ou ‘cruel’? Não para mim, mas então, você pode retrucar, o que eu sei sobre a pressão para ser magro? Eu não tenho um trabalho em que serei julgada pela minha aparência, sendo uma escritora e ganhando a vida utilizando meu cérebro … 
Fui para o Book Awards britânico naquela noite. Após a cerimônia de premiação topei com uma mulher que eu não via há quase três anos. A primeira coisa que ela me disse? “Você perdeu muito peso desde a última vez que te vi!” 
‘Bem’, eu disse, um pouco perplexa, ” a última vez que me viu que eu tinha acabado de ter um bebê.” 
O que eu queria dizer era: “Eu gerei meu terceiro filho e meu sexto romance desde a última vez que a vi. Nenhuma dessas coisas é mais importante, mais interessante, do que o meu tamanho?” Mas não – minha cintura parecia menor! Esqueçam a criança e o livro: finalmente, temos algo para comemorar! 
Portanto, o assunto “tamanho e mulheres” foi (ha, ha) pesando em minha mente enquanto eu voei para casa em Edimburgo no dia seguinte. Uma vez no ar, abri um jornal e meus olhos caíram, imediatamente, em um artigo sobre a estrela pop Pink. Seu mais recente single, ‘Stupid Girls’, é o hino-antídoto para tudo o que eu estava pensando sobre mulheres e magreza. ‘Stupid Girls’ satiriza as modelos palito de dente empinados e falantes: aquelas celebridades cuja maior conquista é a unha polida que não lasca, cuja única aspiração é ser fotografada em uma roupa diferente nove vezes por dia, cuja única função no mundo é aparecer apoiando o comércio de bolsas caras e cães do tamanho de ratos. 
Talvez tudo isso pareça engraçado, ou trivial, mas realmente não é. É sobre o que as meninas querem ser, o que elas disseram que deveriam ser, e como elas se sentem sobre quem elas são. Eu tenho duas filhas que terão que fazer o seu caminho neste mundo obcecado por magreza, e isso me preocupa, porque eu não quero que elas sejam cabeça-oca, obsessivas, clones emagrecidos; eu prefiro que eles sejam independentes, interessantes, gentis, idealistas, teimosas, originais, engraçadas – mil coisas, antes de ‘magras’. E, francamente, prefiro que não torçam o nariz se a mulher em pé ao lado delas tiver joelhos mais carnudos do que os delas. Deixem minhas meninas serem Hermiones ao invés de Pansy Parkinson. Que elas nunca sejam Stupid Girls. Fim de papo.” 






Beijos pra vocês, Jéssica Marina.

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